sexta-feira, 5 de junho de 2015


* Importante que o Educador tenha ciência de que para se montar um projeto é preciso teoria e ação, seja ele qual tema for, faz-se também e muito necessário para sua aplicação e desenvolvimento flexibilidade e a afetividade deste profissional junto as  suas crianças, caso contrario tudo será em vão. #euvejoeentendoassimamoserprofe




E.M.E.I ****

Supervisora Educacional: ****

Professoras responsáveis: ****

Tema: O Cuidar e o Educar, com olhar no desenvolvimento da criança.
Período: Abril, maio, junho (1ª trimestre/2015)
Turmas: Maternal IIA, Maternal IIB – Turnos: Manhã/ Tarde
Faixa etária: 2 a 3 anos de idade

Justificativa

A Educação Infantil tem por objetivo desenvolver na criança seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social; complementando a ação da família e da comunidade em que esteja inserida.
O cuidar e o educar devem ser vistos como atos indissociáveis, não podendo separá-los em momento algum, estas duas ações. O cuidar e o educar devem estar inseridos nas ações mais simples da rotina pedagógica escolar da Educação Infantil. Desde a hora em que se está trocando fralda, durante as refeições, durante a higiene, todas essas ações que parecem ser simplesmente "cuidado", também podem e devem ser trabalhados dentro do aspecto educação, numa interação entre educador e criança.
Sempre que realizarmos estas atividades diárias, com a criança, faz-se relevante, conversar com a mesma a respeito da necessidade de tal procedimento, buscando incentivá-la para que ela tente e procure fazer sozinha, para assim, contribuir com sua autonomia.


EDUCAR CUIDANDO, inclui acolher, garantir a segurança, mas também alimentar a curiosidade, a ludicidade e a expressividade infantis. Educar de modo (in)dissociado do cuidar é dar condições para as crianças explorarem o ambiente de diferentes maneiras (manipulando materiais da natureza ou objetos, observando, nomeando objetos, pessoas ou situações, fazendo perguntas, etc) e construírem sentidos pessoais e significados coletivos, à medida que vão se constituindo como sujeitos e se apropriando de um modo singular das formas culturais de agir, sentir e pensar. Isso requer do professor ter sensibilidade e delicadeza no trato de cada criança, e assegurar atenção especial conforme as necessidades que identifica nas crianças.” (2009; p.10).

Objetivo Geral

Promover e desenvolver o físico, psíquico da criança respeitando a sua maturidade emocional, resinificando a sua realidade através da afetividade, interação e ludicidade.

Objetivos Específicos

·         Aplicar Projeto Resgatando Valores (amor, limpeza e responsabilidade);
·         Desenvolver atividades com os temas: Escola, família, corpo;
·         Trabalhar datas comemorativas;
·         Integrar a criança ao espaço e rotina escolar, amizades;
·         Possibilitar atividades de interação entre família, criança e escola;
·         Estimular hábitos e atitudes, determinando e praticando as regras de convivência para a boa convivência;
·         Reconhecer o espaço escolar, suas peculiaridades, priorizando sua importância para o desenvolvimento geral da criança;
·         Reforçar junto ao indivíduo (criança) e coletivo a importância do convívio familiar;
·         Reconhecer e nomear membros da família;
·         Buscar a participação da família na vida escolar da criança;
·         Incentivar bons hábitos e atitudes para que, a criança entenda pratique, compartilhe buscando sua autonomia, visando o seu bem estar;
·         Desenvolver a imagem positiva de si e do outro;
·         Conhecer gradativamente seu próprio corpo e suas necessidades;
·         Fortalecer autoestima e autonomia da criança;
·         Reconhecer e estimular os cinco sentidos;
·         Estimular a expressão corporal, coordenação motora, equilíbrio, noção espacial, lateralidade e outras percepções;
·         Estimular linguagem oral, criatividade e ludicidade;
·         Praticar a musicalidade infantil e gestualidade corporal.

Avaliação

A avaliação será realizada através da observação, visando interesse e a participação da criança, individual e no coletivo sua participação nas atividades diárias propostas, dentro da rotina previamente traçada pelo educador. 

Culminância


Nosso Projeto terá seu fechamento com a Festa de São João, aonde famílias, crianças e comunidade escolar unir-se-ão para comemorar a data Junina. Visando o bem estar da criança, em estar junto aos seus familiares, colegas e educadores(as).

Artigo Pós - O PERFIL DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SEU PAPEL JUNTO AO DOCENTE E A CRIANÇA.

O PERFIL DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SEU PAPEL JUNTO AO DOCENTE E A CRIANÇA.

Roseliane Trajano de Andrade[1]
Elisiane Goldani Ramos[2]



Resumo

Esta pesquisa tem o objetivo de analisar e reconhecer o perfil do supervisor escolar na educação infantil: seu papel junto ao docente e a criança. A educação no Brasil teve contato direto com o Supervisor através do acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos, com a implantação do Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE), com intuito de ‘treinar’ os educadores, a fim de que esses garantissem a execução de uma proposta pedagógica voltada para a educação tecnicista, sendo executados aos moldes norte-americanos. Segundo a legislação educacional brasileira, a escola passa a ser vista como um sistema formado de grupo e subgrupos (alunos, professores, comunidade, técnicos), interagindo entre si, remodelando novamente a função Supervisão Escolar, que passa a ser vista como um processo dinâmico e parceiro. A partir do século XX, passa-se a ser exigida a habilitação específica para o exercício da função nas escolas. No decorrer da década de 90 este profissional busca ser um mediador na promoção e coordenação, de trabalhos, passando a comunidade escolar a ser convidada a participar, saindo do cenário educacional nacional e priorizando a realidade mais próxima. Buscamos a pesquisa bibliográfica como fonte principal de informações, mediante a busca de leis e obras de teóricos(as) envolvidos com o tema abordado. No segmento da Educação Infantil, primeira etapa da Educação Básica, o profissional da Supervisão Escolar, veio a acrescentar com muita eficácia, desenvolvendo ações para orientar e acompanhar o docente, assistindo, opinando e apoiando o mesmo em sua prática didática/pedagógica, devendo essa ser ampla e constantemente criativa, priorizando o lúdico e buscando embasamento em conteúdo com real significado para a criança, ampliando o cultural do universo infantil.

Palavras Chave: Pedagógico. Prática. Criança. Docente. Supervisão Escolar.


1 INTRODUÇÃO

Este trabalho, tem o formato Artigo Científico, sendo solicitado para conclusão do Curso de Especialização – Pós Graduação em Supervisão Escolar, na modalidade EAD/ Semipresencial, no Centro Universitário Leonardo da Vinci - Uniasselvi, Polo IEPAR/RS, situado no município de Capão da Canoa/ RS.
É uma pesquisa que tem por intuito o repensar, identificar e resgatar o histórico da função do Supervisor Escolar no decorrer do processo Didático/ Pedagógico na Educação Infantil, junto ao grupo de docentes, tendo por foco a práxis diante do ensino/ aprendizagem da criança. Buscamos nos deter na seguinte temática, “O PERFIL DO SUPERVISOR ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: SEU PAPEL JUNTO AO DOCENTE E A CRIANÇA”, para buscar e desenvolver nossa pesquisa e registros.
Haja vista, a pouca informação que envolve o assunto, sendo que, na sua maioria os profissionais atuantes na educação não tem sua definição ou conhecimento referente as reais funções do Supervisor Escolar dentro do segmento da Educação Infantil. Para obtermos informações necessárias, nos propomos a refletir sobre respostas e confrontando opiniões recebidas em “Questionário para revisão da prática do profissional da Supervisão Escolar”, buscou-se também leituras bibliográficas, onde constaram esclarecimentos teóricos específicos dos quais abrangeram os mais diversos autores/estudiosos que muito acrescentaram ao tema proposto para o desenvolvimento deste trabalho, bem como, leis que embasam e dão a normativa a ser seguida dentro da rotina do profissional da Supervisão Escolar, visando o agir, sua regulamentação para o pleno desenvolvimento da função e exercício.
É tido, que no decorrer das décadas o Supervisor Escolar vem adaptando-se as mudanças, sendo tais, bastante positivas para o crescimento e sua autonomia profissional dentro do espaço escolar. Podendo assim, percebermos que a função do Supervisor Escolar tem papel muito significativo diante da equipe gestora escolar, mas ainda existe, por vezes, um atendimento pouco produtivo ao docente, não atendendo aos anseios e angústias no decorrer da práxis.
Sendo assim, percebemos como relevante resgatar e contextualizar a importância a complexidade da prática do profissional da Supervisão Escolar, reconhecendo suas funções dentro do processo educativo na Educação Infantil, visando o auxílio ao ensino para a aprendizagem da criança, bem como, junto ao docente atuante em sala de aula. Para tanto, compreende-se que deva ocorrer uma interlocução no processo do repensar a infância nos seus diferentes tempos e espaços de ensino-aprendizagem, de ludicidade, de viver a infância e de constituir-se criança como ser único, com suas necessidades específicas.
Dessa forma, acredita- se que é de suma importância a presença do profissional da Supervisão, desenvolvendo um trabalho de articulador, mediador dentro do processo educacional no período da Educação Infantil, haja vista, que na atualidade o docente passa pelas mais diversas dificuldades com suas crianças, em âmbito geral para que de fato aconteça e da mesma forma o ensino aprendizagem de fato.

2 BREVE HISTÓRICO DA SUPERVISÃO ESCOLAR

No contexto escolar, faz- se necessário que toda ação educativa aconteça de maneira que priorize o ensino e, por consequência, a aprendizagem da criança, através da interação direta do docente, para com a criança. Buscando levar ao indivíduo o desenvolvimento do conhecimento adquirido, fazendo do indivíduo, um formador de opiniões, pensante e crítico. Toda via, entendemos que, a realidade escolar precisa ter profissionais capazes não somente para agir, mas também para interagir com outros, devendo os mesmos serem habilitados para o exercício da sua função, pois somente assim acontecerá de fato um processo educacional responsável e com significado.

Para se efetivar um processo educativo competente, entendemos por necessário ter uma equipe profissional que trabalhe pensando no desenvolvimento do todo, sendo relevante a presença do Supervisor Educacional Escolar, para administrar o planejamento e o desenvolvimento da ação pedagógica educacional.

No decorrer da história educacional no Brasil, somente a partir do século XX ocorre a inserção do profissional da Supervisão, devendo este ter habilitação específica para exercer a função, vindo então a atuar nas escolas brasileiras, junto ao Ensino ‘Fundamental’ e  com essa nova aquisição foram efetivando-se acontecimentos bastante significativos, dentre esses, buscou e implantou-se novos conhecimentos e estudos científicos, sendo  os mesmos  utilizados diretamente para melhorar o rendimento escolar da criança, melhorando seu comportamento e rendimento dentro do contexto escolar.

De acordo com a ‘Reforma de Francisco Campos’, o profissional da Supervisão Escolar no Brasil, passou a desenvolver seus trabalhos no ano de 1931, onde ficou proposto o não mais caráter de fiscalização para este profissional da educação, passando a ser adotado uma nova dimensão para o atendimento realizado pelo Supervisor Escolar.

Vale citar o acontecimento no ano de 1934, um movimento muito importante para educação, denominado “Pioneiros da Educação”, tendo este o ideal ‘escolanovista’, onde passa a sugerir que através do método científico a educação viesse a atender um estágio tecnologia, assim surgindo os Técnicos em Educação, estando entre estes o Supervisor. Sendo que, os mesmos passariam a ter sua formação profissional através da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras, essa criada pela Reforma Francisco Campos no ano de 1931. Devido a importância e ideias firmadas por esse Manifesto, aconteceram discussões, sendo possível então a formulação da Constituição Brasileira de 1934, que a partir dessa abriu- se espaço para novas discussões referentes a educação, acontecendo a estruturação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN 4024/61.

            De acordo com Saviani (2003, p. 26), a função de Supervisor Escolar surge: “(...) quando se quer emprestar à figura do inspetor um papel predominantemente de orientação pedagógica e de estímulo à competência técnica, em lugar da fiscalização para detectar falhas e aplicar punições (...).”

Sendo assim, constata-se que Saviani não vê no Supervisor Escolar um profissional que atuava de maneira sadia junto às escolas, já que as características tidas por importantes para se realizar um bom trabalho no Brasil não eram assumidas em sua essência, havendo falhas que poderiam causar desmotivação tanto para o professor quanto a criança. Foi a partir do final década de 50 e meados de 60, em virtude do acordo firmado entre Brasil e Estados Unidos para implantação do Programa de Assistência Brasileiro-Americana ao Ensino Elementar (PABAEE), o Supervisor Escolar tem estritamente a sua função como controlador e inspecionador. 

O PABAEE tinha por objetivo único, ‘treinar’ os educadores brasileiros, a fim de que esses garantissem a execução de uma proposta pedagógica voltada para a educação tecnicista regrada e fielmente de acordo aos moldes norte-americanos. Alguns estados brasileiros como Minas Gerais, Goiás e São Paulo, foram os pioneiros passando a executar tais ensinamentos. Sendo que, essa tendência influenciou a educação e por consequência a função do Supervisor
Escolar em todo o país, nesse período a educação brasileira fundamentou-se unicamente no PABAEE, utilizando os materiais de apoio elaborados e disponibilizados pelo programa, sendo os mesmos vistos como fonte para especialização e aprimoramento dos educadores da época.

No decorrer do ano de 1958, com a parceria firmada pelos países Brasil/EUA, foi possível ter na educação o meio considerado bastante importante para a reformulação social, através do Programa Americano-Brasileiro de Assistência ao Ensino Elementar quando foi possível formar os primeiros Supervisores Escolares aos moldes da educação americana. Mesmo que tal formação deste profissional não tivesse qualquer ligação com a realidade educacional no Brasil da época, a associação norte-americana apresentava por meta, agir especificamente no ensino ‘fundamental’, incluindo, atendendo e preparando o professor (educador) leigo (sem formação).

A Lei de Diretrizes e Base da Educação Brasileira nº 4.024/61, em um dos seus artigos passa a transferir as responsabilidades de fiscalizar e executar serviços na área da educação aos Municípios e Estados, cabendo ao Governo Federal definir metas a serem alcançadas pelo País, tais como empreender ações suprir deficiências regionais, dando suporte técnico e financeiro.

Seguindo a legislação agora no ano 1964, novamente ocorreram mudanças na educação do Brasil, passando o  Supervisor Escolar  a ter em Nível Superior um curso específico para sua formação, fazendo desse profissional um controlador do ensino e por consequência reforçou no interior da instituição de ensino a divisão das funções administrativas e pedagógicas, desenvolvendo a visão funcionalista do Supervisor Escolar, passando o compromisso da ação pedagógica para o educador, parecendo haver maior preocupação para  com a qualidade do ensino e impondo ao Supervisor uma ideologia dominante.

 LDBEN nº 5692/71, a escola passa a ser vista como um sistema formado de grupo e sub grupos (alunos, professores, comunidade, técnicos), interagindo entre si, formando um todo, assim sendo, as atividades educativas escolares seriam estabelecidas por cada comunidade escolar visando a priori suas necessidade e interesses, remodelando novamente a função da Supervisão Escolar, que passa a ser vista como um processo dinâmico e parceiro, que garante parâmetros para o ensino/ aprendizagem dentro do contexto escola.

Antônio Carlos Caruso Ronca e Carlos Luís M. S. Gonçalves, apresentam em seus escritos uma visão clara, sobre o papel que a ação do Supervisor exerce sobre a qualidade da educação nas escolas, confirmando a necessidade de superar o tradicional em que resume a sua prática a cobrança de planos, estratégias, objetivos e avaliações, as quais deveriam ser executadas pelo docente. Bem mais do que ensinar novas metodologias de ensino é dever do supervisor encontrar alternativas de ação, que oportunize ao educador viver de fato a práxis educativa e juntos possibilitarem a revisão da mesma. O profissional da Supervisão precisa promover momentos de reflexão referentes ao contexto escolar e também criar estratégias que permitam detectar vínculos que se estabeleçam entre educador/ educando ou entre seus próprios pares, oportunizando os mais diversos vínculos, tais como: dependência, autoritarismo, competição, cooperação, etc. O Supervisor deve contribuir para o processo de formação coletiva de projetos para os desafios propostos, todo o discurso passa a ser nulo, quando não se busca concretizar as opiniões dos envolvidos no processo educacional, quando se trabalha pelo pleno desenvolvimento do grupo jamais, uma só pessoa pode tomar decisões que afetarão à todos.

Conforme Medina (2002), final dos anos 1980, início dos anos 1990 nascem alguns novos conceitos e tendências pedagógicas e um novo olhar se aproxima da escola, a necessidade de mudança de alguns paradigmas é necessária, para se pensar em um novo modo de fazer educação. A escola, nesse momento, é vista como lugar dinâmico, ativo, no qual os processos de ensinar e aprender são processos dialéticos e que dependem de todos os membros da comunidade escolar, instituindo, assim, que o professor, os alunos e, consequentemente, a supervisão escolar tem papel relevante para essa mudança.

Entende-se, que nesse momento, o Supervisor Escolar precisa mais do que nunca modificar sua característica marcada anteriormente como um profissional burocrata, passando a ser uma gente ativo e atuante no processo educativo escolar, ser um pesquisador dentro do contexto escola/ comunidade onde esteja inserido, fazendo com que todos se sintam integrados e responsáveis pelo sucesso escolar.

“Para que tudo isso seja possível, é indispensável a ação de uma profissional que, além de possuir competência técnica, teórica, humana, política, disponha de tempo necessário para tornar possível a relação entre vivências dos alunos fora da escola e o trabalho do ensinar e do aprender na escola. Esse profissional é o supervisor que define sua função pedagógica quando contribui para a melhoria do processo de ensinar e aprender por meio de ações que articulam as demandas dos professores com os conteúdos e as disciplinas. (MEDINA, 2002, p. 51).”

Percebe-se então, que um novo paradigma se instaura, em relação à supervisão escolar, para a função e o trabalho desse gestor especialista que tem sua importância muito significativa, junto à equipe gestora da escola e educandos.

No decorrer da década de 90 o Supervisor Escolar busca ser um mediador na promoção e coordenação de trabalhos, nos quais toda a comunidade escolar passa a ser convidada a participar, saindo do cenário amplo nacional e visando a realidade em torno da escola, comunidade ou mais amplamente visando a educação municipal e estadual.

“O supervisor abdica de exercer poder e controle sobre o trabalho do professor e assume uma posição de problematizador do desempenho docente, isto é, assume com o professor uma atitude de indagar, comparar, responder, opinar, duvidar, questionar, apreciar e desnudar situações de ensino, em geral, e, em especial, as da classe regida pelo professor. (MEDINA, 2002, p. 46).”

Portanto, é fato que a mudança de paradigmas é muito positiva, não somente para o Supervisor, mas para todo o contexto escolar, passando a gerar novas atribuições aos cargos dentro de qualquer que seja a instituição, fazendo com que os docentes passem a ver no Supervisor como “fonte” de apoio, formação e orientação, a fim de qualificar sua prática pedagógica, percebendo a evolução na atuação do profissional da Supervisão Escolar Educacional.

A ação direta do profissional da Supervisão implica em decisões, para melhorar a qualidade do ensino, as quais compreendem um sentido bem amplo e atuante dentre os mais diversos componentes hierárquicos da instituição. O Supervisor Escolar, diante das novas competências e habilidades, precisa realizar o planejamento, a ação e o agir buscando ênfase no pedagógico, o qual exige experiência e titulação.

A atuação e a rotina do Supervisor no do espaço escolar, envolvem: a avaliação num todo, o acompanhamento dos resultados (incluindo as ações burocráticas), com um único intuito, o de promover na sua totalidade a qualidade do ensino. O Supervisor Escolar, no decorrer da sua ação precisa ser parceiro do educador, planejando, executando e coordenando todo o processo para a formação continuada do educador, não devendo apresentar postura superior.

“Ser supervisor não é fiscal de professor, não é dedo duro[...]não é pombo correio[...]não coringa/tarefeiro/quebra galho/salva vidas[...] não é tapa buraco, não burocrata[...]não é de gabinete, não é dicionário [...]não é generalista que entende quase nada de quase tudo. (VASCONCELLOS, 2006, p.86.)”

Então, é possível dizer que a ‘figura’ do Supervisor, vem sendo construída historicamente conforme a necessidade da comunidade escolar. Atualmente seu papel também precisa responder junto ao ato do planejar, coordenar, orientar, dialogar, auxiliar, estudar e discutir as problemáticas presentes no dia-a-dia, buscando junto ao coletivo os temas para a formação no interior da escola, sem perder de vista a política da educação, onde a escola possa estar inserida.

3 LEGISLANDO SOBRE AEDUCAÇÃO INFANTIL

A trajetória da Educação Infantil vem sendo marcada pelos aspectos os mais diversos possíveis, estando estes sempre ligados ao período da primeira infância, onde se faz necessário, o investigar para compreender as influências que revelam os fatores psicossociais no decorrer do desenvolvimento do aprendizado inerente ao “mundo” infantil, intervindo diretamente na elaboração da personalidade de cada sujeito.

Importante colocarmos que apenas no fim da década de 70 no Brasil, por consequência de amplos movimentos sociais, ocorre a expansão dos espaços para atendimento infantil, as creches e pré-escolas. Neste período, as creches em especial são vistas como uma conquista, seja da família, bem como, das crianças. O segmento da Educação Infantil deixa de oferecer um atendimento meramente assistencialista, passando a ficar mais fortalecido o modelo “educacional”. Segundo Kuhlmann Jr: 

“Essa polarização, presente nos estudos sobre a educação pré-escolar, parece atribuir à história da Educação Infantil uma evolução linear, por etapas: primeiro se passaria por uma fase médica, depois por uma assistencial, etc., culminando, nos dias de hoje, no atingir da etapa educacional, entendida como superior, neutra ou positiva, em si, em contraposição aos outros aspectos.”

No contexto do atendimento e direto de inserção da criança na Educação Infantil no Brasil, no decorrer das décadas é possível encontrar pesquisas e discussões teóricas, as quais afirmam que a dimensão do cuidar, é vista como uma ação relevante para a compreensão do trabalho realizado junto a criança. Somente a partir da década de 90, o cuidar e o educar passam a ser vistos como prioridade para com a criança, começando a ganhar forte destaque no Brasil nas creches e pré-escolas.

Desse modo, uma forma interessante, para pensar a qualidade no atendimento à criança relaciona-se à ideia de garantia e efetivação de seus direitos, já consagrados universalmente e, do ponto de vista legal, bem definidos. Esses direitos estão explicitados em documentos que vão desde a Declaração Universal dos Direitos da Criança, para mencionar o plano internacional, passando pela Constituição Federal Brasileira de 1988, Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (lei n. 8.069 de 1990), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (n. 9.394/96), e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, entre outros. (Cadernos de Pesquisa, n. 119, julho/2003.p.91)

Entendemos como relevante a construção da história educacional no Brasil, principalmente para a Educação Infantil, suas conquistas vem percorrendo os mais diversos caminhos, sempre contando com autores pesquisadores e estudiosos, interessados em apontar pontos negativos, bem como, os positivos, para que através de então ocorra desenvolvimento pleno de qualidade e satisfatório dessa fase escolar da criança, sempre priorizando o bem estar da mesma, tais como: ZABALZA(1998); ROCHA (1999); KUHLMANN(2001); CRAIDY e KAERCHER (2001); CORRÊA (2003); BARBOSA (2008), entre outros.

As transformações ocorridas na sociedade brasileira no decorrer das décadas, desde o século XX culminaram em significativas mudanças no contexto educacional do infantil, através da dinâmica produzidas entre as relações sociais, sendo criadas instituições como as creches, buscando suprir as necessidades econômicas do capitalismo industrial visando ‘substituir’ as atividades maternas enquanto as mães trabalhavam, na sua busca pelo exercício de outras funções sociais. Assim, as escolas infantis foram sendo reinventadas, desde meados deste século, para se tornarem colaboradoras dos homens e das mulheres contemporâneos na educação e cuidado das crianças.

Sendo então, concretizada pela homologação da LDBEN 9394/96 os espaços e nomenclatura específica para o atendimento educacional da criança nas idades de zero a cinco anos de idade, trazendo valorosos olhares para a Educação Infantil, onde nos seguimentos dos artigos 29 à 31, ficando estabelecidas orientações específicas para Educação Infantil, voltadas às ações relacionadas ao ensino nas creches e pré-escolas no Brasil.
Art. 29.  A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.     (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)Art. 30. A educação infantil será oferecida em: I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade; II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.  (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013) Art. 31.  A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)I- avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho educacional;  (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada integral;  (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total de horas;  (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013) V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.  (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
Portanto, nesta primeira etapa da Educação Básica precisamos ter a consciência da sua real finalidade, ou seja, o desenvolvimento integral da criança de zero a cinco anos de idade em seus mais diversos aspectos, sejam: físico, psicológico, intelectual e social, priorizando complementar a ação da família e da comunidade em que vive. Também é possível citar, “A Política Nacional de Educação Infantil, que parte dessa finalidade para estabelecer como uma de suas diretrizes a indissociabilidade entre o cuidar e a educar no atendimento às crianças da Educação Infantil.” (BRASIL, 2005a, grifo do autor).

Faz-se relevante que os educadores e demais profissionais que atuam na Educação Infantil sejam sujeitos capazes de observar, valorizar, avaliar atitudes e habilidades da criança de maneira igualitária, nos mais diversos momentos vividos no cotidiano da rotina escolar, sejam essas dentro das atividades de alimentação, leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, pintura, música, banho, jogos coletivos, brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas e realizadas cotidianamente pelas crianças.

O artigo 208 da Constituição Federal é bem claro ao afirmar que, a matrícula da criança de zero a cinco anos nas Escolas Infantis, em creches e pré-escolas, passam a ter grande crescimento a partir da intensificação do trabalho e independência financeira da mulher/ mãe, bem como, pelas demais mudanças geradas no âmbito familiar. Através   dessas sendo possibilitado que a sociedade viesse a refletir sobre a necessidade de um ambiente onde suas crianças tivessem um acompanhamento profissional para o cuidar e educar, fazendo da sociedade sujeitos conscientes, quanto às particularidades da criança, compondo os deveres do estado e direito da criança.

Dois anos após a CF/88 é aprovada, outra Lei Federal ECA 8.969 de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), passa a (re)validar os direitos e deveres da criança e do adolescente na sua integridade, em seu artigo 54, inciso IV: “o atendimento em creche e pré-escola as crianças de zero a ‘seis’ anos de idade.”

É possível também contarmos com a reformulação no artigo 32 da LDB 9.394/96, passando a vigorar a redação transcrita na Lei nº 11.274, de 2006, onde podemos encontrar a seguinte narrativa, “O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão.” Portanto o atendimento em espaço escolar de Educação Infantil regulamenta à criança de zero até cinco anos. Ocorrendo a mudança da idade que antes era seis anos, a partir da nova Lei passando a matricular àquela com no máximo cinco anos de idade.

Importante destacarmos que as creches a décadas atrás tinham caráter puramente assistencialista, a partir da regulamentação da Educação Infantil, como sendo a primeira etapa da Educação Básica, por intermédio da LDB 9.394/96 em que passa a atribuir responsabilidade aos municípios em oferecer um atendimento a todas as crianças (0 a 5 anos), como opção das famílias que desejassem esse serviço ou dele necessitem (BRASIL, 1988, 1990, 1996), eliminando por vez o atendimento assistencialista à criança e “nascendo” assim, as escolas de Educação Infantil.

O ‘atendimento’ prestado a criança/ educando na Educação Infantil, esta subdividida em duas faixas etárias, sendo elas: creche - atende crianças de zero a três anos, pré-escola - atende àquelas com quatro anos completos até cinco anos de idade. Subentende-se que tanto a creche quanto a pré-escola, devem priorizar o cuidar e educar de maneira indissociável, visando atendimento institucional educativo, social e cultural para a formação do cidadão, com características próprias, sempre respeitando às necessidades de cada grupo etário, à escola cabe complementar a ação da família no desenvolvimento da criança na sua totalidade, potencializando e incentivando seu desenvolvimento integral.

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil explicita os seguintes princípios sobre o que seria um trabalho de qualidade:
• respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.;
• direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, pensa- mento, interação e comunicação infantil;
• acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à interação social, ao pensamento, à ética e à estética;
• a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma;
• atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua identidade. (Brasil, 1998, v. 1, p.13)

Diante das políticas educacionais firmadas para Educação Infantil no Brasil constatamos algumas que devem ser respeitadas, fazendo com que a criança jamais sinta-se prejudicada, levando-a ao seu desenvolvimento físico, psíquico e cognitivo: o direito à brincadeira, à atenção individualizada, a um ambiente aconchegante, seguro e estimulante, ao contato com a natureza, à higiene e à saúde, a uma alimentação sadia, a desenvolver a criatividade, imaginação e capacidade de expressão, ao movimento em espaços amplos, à proteção, ao afeto e à amizade, a expressar seus sentimentos, a uma especial atenção durante o período de adaptação, a desenvolver sua identidade cultural, racial e religiosa.

Zabalza (1998, p.42), em uma de suas obras, refere- se há um dos aspectos relativos à qualidade na Educação Infantil, onde afirma que:

“(...) os principais problemas relacionados à qualidade do projeto têm relação, pela própria natureza desta dimensão da qualidade, com as condições de financiamento e dotação destinadas ao desenvolvimento dos programas de Educação Infantil. Modelos reconhecidos mundialmente pela sua qualidade como, por exemplo, as Escolas Infantis de Réggio Emília na Itália, reconhecem um gasto anual por criança superior a um milhão de pesetas. Sem alcançar esses níveis de “qualidade do projeto”, é preciso reconhecer que não podem ser esperados grandes milagres de iniciativas baseadas na “boa vontade” e no “esforço” das pessoas encarregadas de implementá-los, mas sem que elas recebam os meios para desenvolvê-los dignamente. Às vezes, os discursos políticos ou o marketing comercial não correspondem aos fatos reais no nível de financiamento e de dotação de recursos. E esta é a primeira condição, embora logicamente insuficiente, da qualidade.”

Assim sendo, é possível visualizarmos na Educação Infantil a relação adulto/criança a qual mostra-se como prioridade, devendo relacionar-se com as condições necessárias para que todas as crianças sejam ouvidas e respeitadas em todos os seus direitos, bem como os deveres, também é preciso termos a ciência das condições de trabalho a que são submetidos os profissionais que atuam com os pequenos, em especial os educadores.

Embora muitos estudos tenham-se realizado e a ideia da necessária formação específica já esteja bastante difundida, estando contemplada na nova LDB em seu art. 62, há ainda muito que fazer para que se supere um antigo e arraigado entendimento de que para trabalhar com Educação Infantil basta ser paciente, “criativo” e gostar de crianças.

Portanto, faz-se necessário compreender, que o caminho a ser percorrido pela Educação Infantil no Brasil, ainda é longo, já que muito tem-se a fazer para que a escola possa oferecer uma educação significativa e de qualidade é preciso contar com profissionais especialmente preparados, com espaços e materiais adequados, tanto para as questões relativas à aprendizagem bem como ao desenvolvimento como um todo da criança atendida nessa fase inicial do Ensino Básico.

4 SUPERVISÃO ESCOLAR EDUCACIONAL NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Supervisão é uma palavra formada por dois vocábulos: SUPER = sobre, VISÃO = ação de ver, o que indica “[...] atitude de ver com mais clareza uma ação.” (ANDRADE, 1979, p. 9). Significa olhar de cima, ter uma visão global do todo, incluindo todas as partes, sendo assim, a atual concepção da Supervisão Escolar Educacional diz respeito a formar competências profissionais, bem como, articular a gestão pedagógica em razão dos processos do ensino e da aprendizagem, previamente traçados pela instituição, contando com o envolvimento e percepção do profissional da Supervisão que ajudará a fortalecer o processo da organização escolar.

O espaço do Supervisor precisa estar garantido nos mais diversos segmentos educacionais, sejam, Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio ou Ensino Superior, devido a sua fundamental importância em trabalhar junto ao corpo docente da escola, no encaminhamento dos processos, planejar, avaliar, auxiliar, etc. É importante que saibamos que a bem pouco tempo a Educação Infantil obteve o direito de contar com o profissional da Supervisão, este trouxe para o seguimento a condição de institucionalidade, sendo que, a LDBEN nº 9394/96, define a Educação Infantil como primeira etapa da Educação Básica, lhe atribuindo caráter educativo e definitivo.

A LDB 9.394/96 propõe, em seu artigo 64, que:

“A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.”

A Supervisão Escolar, como coloca a lei 9394/96, deve ter sua formação em nível de graduação em Curso de Pedagogia ou especialização em Supervisão Educacional.
Esse profissional com suas funções e atribuições, faz concretizar para a Educação Infantil, programas, planejamento, projetos, avaliação e um currículo específico para a primeira etapa da Educação Básica. O Supervisor, é responsável pela unidade pedagógica, pela harmonia entre os educadores, pelo apoio e incentivo a formação e qualificação dos profissionais de sala de aula. Compete também ao Supervisor algumas atividades que preveem a dinamicidade institucional, sendo estas de cunho burocrático, de ordem organizacional e menos tecnicista, citando como exemplo, a organização de documentos específicos as suas atribuições na sua função e setor, a elaboração do cronograma de atividades e dos instrumentos de observação das atividades cotidianas de sala de aula, caderno de chamada - abertura e fechamento, organização de turnos e horários referidas ao docente e outros que por necessidade venham a surgir no decorrer do ano letivo.

Percebeu-se, durante a realização deste estudo, o pouco material existente relacionados a Supervisão Educacional nos espaços escolares, entretanto, nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para Educação Infantil, segundo volume (BRASIL, 2006), encontrou-se bem presente a questão, suas atribuições no contexto da Educação Infantil. Neste documento foram apresentadas várias questões, sobre os contextos de gestão nesse período, destacam-se como as principais ações a serem desenvolvidas para o efetivo trabalho do Supervisor Educacional na etapa da Educação Infantil, sendo as seguintes:

·        Articular os processos de ensino-aprendizagem das crianças dentro da escola infantil.
·        Desenvolver ações para formação inicial e continuada dos professores infantis.
·        Propiciar a articulação dos processos relacionais, como das relações interpessoais, entre membros internos e externos da escola.
·        Produzir a organização do trabalho educacional para as crianças em ambientes coletivos de educação.

Sendo assim, é possível dizer que o Supervisor Escolar é profissional extremamente necessário no contexto da Educação Infantil, podendo assim, articular e potencializar as ações de formação continuada dos profissionais, entendendo a formação inicial e continuada como ferramentas para as demais ações, que se articulam em um processo qualitativo dessa primeira etapa de ensino da criança, assim o docente poderá ter conhecimentos teóricos por meio da formação acadêmica, e práticos por meio da sua atuação em sala de aula. Ao associar a teoria e a prática na formação profissional do educador, potencializará ações do repensar a infância na sua especificidade, na heterogeneidade e singularidade de cada sujeito integrante, que cada vez mais cedo são inseridos nas escolas de Educação Infantil.

O Supervisor Escolar Educacional, deve apresentar capacidades afetiva de relacionar-se com educandos, acompanhar o ensino e a aprendizagem, reconhecendo e respondendo pelo estágio evolutivo da criança, este profissional é visto como um assessor das mais diversas atividades sugeridas às crianças, as quais influenciam diretamente no ensino e na aprendizagem do sujeito.

O Supervisor e o educador juntos devem conhecer, compreender e aceitar cada criança como sujeito único, com suas limitações, habilidades ou inabilidades, um ser em pleno desenvolvimento e com características específicas a sua faixa etária. Para o bom desenvolvimento da criança na educação infantil faz-se relevante que o educador com auxílio do supervisor oportunize as mais diversas experiências, num clima de afetividade, para que ela se sinta protegida e valorizada.

De acordo com Nérici (1986, p.46):

“(...) a função do supervisor dentro da Educação Infantil, deve estar embasada nos seguintes princípios: estruturar-se com base em uma filosofia de educação, que não deva fugir do sistema já instituído pela unidade escolar a que pertence.”

Sendo assim, é possível afirmar que a presença do supervisor escolar no segmento da Educação Infantil precisa ser permanente, para que não se perca nenhuma etapa do desenvolvimento da criança, já que esse é o profissional observador e articulador, capaz de contribuir para evolução plena do sujeito, propiciando o enriquecer do vocábulo, a descoberta e entendimento do mundo à sua volta, a capacidade de interação e a consciência de indivíduo que participa de um grupo, o amadurecer das relações, a descoberta do seu EU e do outro.

Para Ferreira (2007, p. 114), “a supervisão educacional compõe a gestão democrática da educação. Ela é responsável pelo ‘controle’ das políticas públicas que necessitam ser desenvolvidas com qualidade e construídas coletivamente no espaço escolar.” Compreende-se, nesse momento, a ruptura no paradigma inicial da supervisão, pois ela como controladora dos trabalhos dos educadores vinha agindo isoladamente, já na perspectiva de gestão democrática o Supervisor Educacional tem seu papel como auxiliar a implantação das políticas públicas para melhor desenvolver a qualidade da educação, em um processo coletivo dentro do contexto escolar.

“Uma escola bem organizada e gerida é aquela que cria e assegura as melhores condições organizacionais, operacionais e pedagógico-didáticas de desempenho profissional dos professores, de modo que seus alunos tenham efetivas possibilidades de serem bem-sucedidos em suas aprendizagens.” (LIBÂNEO, 2004, p. 263).

 Podemos então dizer que, a base da escola está na equipe gestora, com certeza, esta tem papel fundamental na participação e efetivação do sucesso da aprendizagem dos educandos e no trabalho dos docentes, mas é o supervisor educacional que precisa apresentar-se dentro dessa equipe gestora como um sujeito articulador e integrador das relações didático-pedagógicas junto aos educadores, pais (responsáveis), direção, educandos e demais componentes da comunidade escolar.

Já na atualidade é perceptível a aceitação desse profissional, aceitação das suas funções dentro do cotidiano da instituição/escola. Modificar paradigmas não é tarefa fácil, ainda mais quando estes estão articulados de forma coesa e inseridos na práxis do profissional. Por isso, a construção do novo, do trabalho da gestão significativa do Supervisor Escolar, precisou romper com estruturas, que de fato já estavam bem articuladas, sem dúvidas a Educação Infantil muito ganhou e tende a ganhar com parceria junto ao Supervisor Escolar, sendo esse um dos articuladores do processo educacional unindo-se ao educador, não podemos esquecer que até bem pouco tempo atrás este profissional tinha sua atuação restringida apenas ao ensino fundamental e ensino médio.

Segundo a LDB 9.394/96, artigo 29 que diz:

“A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.” (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

Conforme o artigo citado, cabe à escola complementar a ação da família no desenvolvimento da criança em sua totalidade, potencializando seu desenvolvimento integral. A presente legislação apresentou grande avanço, passando a regulamentar a Educação Infantil como primeira etapa da educação básica no Brasil, colocando a escola como um espaço e profissionais capazes de complementar o cuidar e o educar da família.

Na Educação Infantil cabe a apresentação e a sistematização do trabalho didático/ pedagógico bem assimilados, para acontecer o entendimento chegando ao bom desenvolvimento, este devendo ser apresentado sob a forma de proposta pedagógica consistente, levando a motivar a transformação dos conhecimentos intuitivos e puros da criança, o educador tem por função promover atividades envoltas de muita ludicidade, para que a criança possa desenvolve-la de forma prazerosa e interativa, dando maior amplitude a sua experiência sensorial e reflexiva a respeito do mundo físico e social vivido, considerando e reconhecendo as suas origens sócio- culturais. Podendo assim, estabelecer prévio processo da constituição ativa do sujeito, desde a mais tenra idade. Esse processo de organização da proposta pedagógica precisa reconhecera criança como produtora do seu próprio conhecimento e cultura, precisando para tal um trabalho bem articulado e coeso, o qual precisa contar com o Supervisor Educacional e o docente atuante na Educação Infantil.

Nos Parâmetros Nacionais de Qualidade em Educação Infantil, primeiro volume (BRASIL, 2006), encontra-se um pensamento relevante, que diz: “Os novos paradigmas englobam e transcendem a história, a antropologia, a sociologia e a própria psicologia resultando em uma perspectiva que define a criança como ser competente para interagir e produzir.”

Sendo assim, podemos afirmar que o Supervisor Escolar é de extrema importância dentro do contexto da Educação Infantil, devendo esse profissional agir como um articulador diante das ações no que tangem as práticas para a formação continuada dos docentes, no decorrer do ano letivo. É sabido que o educador obtém seus conhecimentos teóricos por meio da sua formação acadêmica, assim como os práticos através da sua atuação diária em sala de aula e participação em cursos ofertados pelo seu Sistema de Ensino.

Ao se fundir a teoria com a prática, no decorrer do processo de formação do profissional da educação visa- se possibilitar a potencialização das suas ações, buscando o repensar das suas vivencias junto a criança (educando), possibilitando entender a infância na sua mais significativa particularidade, respeitando a diversidade do sujeito enquanto indivíduo único, já que na atualidade cada vez mais cedo a criança vem sendo inserida(o) na Educação Infantil.

Rocha (1999, p.39), discorrendo sobre as diferentes perspectivas acerca da pedagogia e da infância, afirma que “uma mesma sociedade, em seu tempo, comportará a partir de sua constituição socioeconômica e cultural, diferentes infâncias”.

O Supervisor Escolar tem suas atribuições, sendo que essas não podem ser desvinculadas as do Orientador Educacional, já que o Supervisor coloca-se a serviço do docente, para que possam melhor ensinar. Orientador coloca-se a serviço do educando, para que estes possam melhor aprender. Sob esta visão, é possível dizer que o educador pode e deve contar com a Supervisão e da mesma forma com a Orientação, não com intuito de fragmentar o processo escolar, mas sim, para ajudar e entender a escola criando meios e condições para formar melhor o educando, conscientizando-o de sua cidadania, seu fazer histórico, social e cultural.

Conforme Medina (2002, p.50), nesse novo contexto atribuído a educação no Brasil: o Supervisor Escolar tem uma contribuição específica e importante a dar no processo de ensinar aprender trabalhar com o professor na identificação das necessidades, das satisfações, das perguntas possíveis e das inúmeras dúvidas que vão surgindo no fazer diário, atuando em conjunto com o professor de sala de aula.

Assim, as funções do supervisor começam a passar por mudanças e, a partir de agora, ele irá trabalhar com o professor, ajudará na resolução dos problemas, procurando sempre melhorar a atividade docente e a aprendizagem dos alunos. Além disso, ele terá que estar, constantemente, em contato com todos os setores do sistema escolar em que estiver atuando para poder acompanhar e construir em conjunto com toda a sociedade uma educação de qualidade e mais humanitária.

5 METODOLOGIA

5.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DO ROTEIRO DE ENTREVISTA

Este trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica, documentos específicos que referem-se à educação, bem como, questionamentos referentes à práxis sendo respondido por uma Supervisora Escolar e uma Educadora, imbuídas no contexto escolar, no seguimento escola pública de Educação Infantil, no município de Xangri-Lá/RS. Sendo que, tais profissionais propuseram-se a responder questões específicas ao cargo ocupado, possibilitando acrescentar positivamente para a realização desse Artigo Científico, os relatos revelaram-se, rica fonte de informações para traçar com certa propriedade e verdade, dentro da realidade escolar pública o perfil do Supervisor Escolar.
Diante dos relatos foi possível visualizar com clareza o pensamento de Zabalza, onde ele recomenda que o trabalho seja assumido, baseando-se nas competências antes assumidas pelo profissional, devendo dia a dia reforçá-las e ampliá-las. Priorizando, sempre enriquecer, desenvolver e ampliar experiências já vividas.
Em síntese, o profissional da Supervisão tem o poder de um guia pedagógico frente ao Educador, bem como, a criança na primeira etapa do Ensino Fundamental, a Educação Infantil. Assim sendo, pudemos constatar que o Supervisor Escolar tem papel fundamental no efetivo sucesso da aprendizagem dos educandos, quando trabalha junto ao docente, como um sujeito articulador e integrador das relações didático-pedagógicas, sendo parceiro dos educadores, pais (responsáveis), direção, educandos e demais componentes da comunidade escolar.

Sendo assim, pelo que foi transcrito no “Questionário para revisão da prática do profissional da Supervisão Escolar”, é relevante dizer que a função do Supervisor, vem sendo construída passo a passo, historicamente conforme a necessidade e cada realidade vivida na escola, existindo uma consciência, assim como, Vasconcellos já colocava que tal profissional “não é fiscal de professor, não é dedo duro [...]”, tendo as funções diversas, visando o desenvolvimento do coletivo, como um todo, sem perder de vista a política da educação, onde a escola possa estar inserida. Vimos tanto na teoria quanto nos relatos da práxis que toda a mudança de paradigmas será sempre muito positiva, não somente para o Supervisor, mas para todo o contexto escolar.

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo foi proposto, de maneira a esclarecer o perfil do Supervisor Escolar da Educação Infantil - seu papel junto ao docente e sua contribuição para o desenvolvimento geral da criança. Constatou-se, no decorrer das leituras feitas, a relevante transformação pela qual passou a função do profissional da Supervisão Escolar, dantes uma das especializações da área da educação, que obtinha o controle e execução pura e simplesmente das tarefas técnicas e burocráticas, sendo considerado um mero “tarefeiro burocrata”.  Já na atualidade, esse profissional é um dos valorosos responsáveis pela administração escolar, sendo um articulador, que participa e potencializa ações para um efetivo desenvolvimento da aprendizagem das crianças/ educandos.

É possível constatarmos que o Supervisor Escolar, tem dentro da instituição “hoje” sua função valorizada, sendo que, atendendo as mais diversas responsabilidades, dentre as quais; a formação continuada dos docentes (buscar conhecimento e informação) - para que assim ocorra um ensino/ aprendizagem com significado e de qualidade para criança/ educando.

Diante da realidade apresentada é perceptível que esse profissional da educação ainda tem grandes desafios a serem superados, neste “ainda” novo segmento educacional, o qual vem sendo inserido a Educação Infantil, já que ainda é tida como uma área em desenvolvimento, pois somente a partir da promulgação LDBEN nº 9.394/96 foi definitivamente introduzida como a primeira etapa da educação básica no Brasil.

Especificamente na Educação Infantil, o profissional da Supervisão Escolar, responde pela articulação de projetos; reuniões de pais e docentes, pela formação continuada para profissionais da área, bem como, controle direto de documentos específicos: caderno de chamada, avaliações da criança (pareceres descritivos), etc.

Devendo ser bem entendida a função do Supervisor Escolar, estando bem definida para os educadores bem como para os Supervisores que atuam nos espaços que atendem a clientela da Educação Infantil, visando qualidade desejado nesta primeira etapa da Educação Básica. Por fim, o conceito de qualidade pode ser definido a partir de diferentes pontos de vista o que desaconselha à padronização de ações, pois esta não é a melhor forma de trabalhar esse processo, mas sim a partir das perspectivas individuais que se inserem e tomam o coletivo por base.    

Considerando, esse processo de interlocução entre Supervisão Escolar e Educação Infantil é com certeza o caminho fundamental para que se consiga alcançar a qualidade almejada de fato para esta etapa tão importante para o desenvolvimento de toda a criança de zero a cinco anos de idade, na sua integridade.


REFERÊNCIAS

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ZABALZA, Miguel. Qualidade em Educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998.





[1] Médio Normal; Licenciada em Normal Superior pela Faculdade Educacional da Lapa; FAEL; Especialista em Educação Infantil e Anos Iniciais. E-mail: roseliane_trajano@hotmail.com
[2] Licenciada em Pedagogia pela UNIASSELVI; Especialista em Gestão e Tutoria: Ensino à Distância; Especialista em Psicopedagogia Clínica e Institucional; Especialista em Administração, Supervisão e Orientação Educacional. E-mail: lise_goldani@hotmail.com